terça-feira, 16 de março de 2010

Qual é o seu jeito?

Eu sou metódico, gosto das coisas certinhas e fico tremendamente satisfeito quando todos executam as tarefas do mesmo jeito e dedicação com que eu me empenho. Eu gosto de chegar na hora certa, não atraso para os meus compromissos e procuro cumprir com todas as minhas obrigações. Será que o meu jeito é o mais correto? Talvez não, já que para muitos, as pessoas que agem assim são tachadas de chatas. O meu jeito pode ser o menos prejudicial para a sociedade, mas com certeza não agradará a todos, porque cada um leva a vida a sua maneira.

O jeito é algo que cada pessoa lida da forma como se sente mais segura e a faz feliz. Diferentemente do que acontece conosco onde controlamos as nossas emoções, com os outros há um mundo particular que é controlado por elas e somente a elas compete qualquer alteração mais radical no seu modo de vida, portanto, querer mudar o comportamento dos outros é invadir um espaço privado onde não temos o direito de acesso, nem tão pouco de implementar mudanças.

Muitas vezes há no nosso trabalho idéias e posições diferentes que acabam em discussões desnecessárias. Temos o péssimo hábito de confundir posição por imposição, palavras totalmente opostas, mas que acabamos por considerá-las sinônimas, e que na realidade não são. Enquanto a primeira tem a ver com atitude, a segunda nada mais é do que uma determinação, que dependendo do contexto em que for empregada, pode até soar como arrogância. Por isso devemos refletir sobre a enorme diferença que há entre as pessoas e saber tolerar o ponto de vista de cada uma delas, muito embora não devamos concordar com tudo e nem com todos.

Todos nós em algum momento já ouvimos falar que: “Nós devemos saber impor”, frase que eu acho totalmente inadequada, até porque ao impor, nós deixamos de debater e quando abandonamos o debate, criamos um hiato que distancia o direito de falar do dever de ouvir. Bater o martelo, dar a última palavra, deve sempre vir precedido de opiniões. Saber escutar é um ato de respeito para com o colega de trabalho, amigo ou familiar, ato que muitas vezes não estamos dispostos a tê-lo.

Eu cheguei a conclusão que é muito melhor tentar entender o mundo como ele é, do que tentar confrontá-lo. Querer criar um mundo a nossa imagem e semelhança é humanamente impossível devido às diferenças de cada indivíduo. Compreender e tentar aceitar o mundo tal como ele é não significa concordar com tudo o que acontece de errado, mas aceitar que há pessoas que pensam diferente de nós e que não farão as mesmas coisas, do mesmo modo, no mesmo tempo e com a mesma qualidade que julgamos ser a mais correta.

As pessoas possuem gostos, jeitos e manias que divergem e quase sempre contrapõem aos nossos, podendo inclusive nos aborrecer. Saber entender, respeitar e principalmente aceitar essas diferenças, é mais do que generosidade, é um gesto de amor àqueles que pensam diferente. Pela grande diversidade de comportamentos e pensamentos, cada indivíduo acaba interagindo com o meio onde vive à sua maneira e com certeza será diferente de nós, mesmo que tenhamos alguns pontos em comum, esse é o preço que pagamos nos relacionamentos interpessoais. Se o fim justifica os meios, não interessa se você pegou o atalho da direita ou da esquerda, o importante é chegar. Existe o nosso mundo, o mundo dos outros e o mundo comum onde todos nós de uma maneira ou de outra temos que conviver, apesar das diferenças.

No mundo há muitos jeitos, qual é o seu?

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