segunda-feira, 7 de junho de 2010

Política nacional, moradia e “otras cositas más”...

As declarações de alguns membros de movimentos sociais às vezes me surpreendem – outro dia houve uma invasão de um imóvel e um dos sem-tetos dizia que “trabalhador tem que morar no centro da cidade”. Eu discordo dessa afirmação – em minha opinião as pessoas têm que possuir um local digno para morar seja em que local for, além disso, têm que ter acesso à condução para se deslocar ao trabalho igualmente de forma digna - escolas, creches, postos de saúde, segurança e toda a sorte de facilidades, são outros direitos que qualquer pessoa merece para viver em paz e feliz. Não há como abrigar todos os habitantes no centro das cidades, aliás, local onde o metro quadrado é caríssimo.

É muito comum no Brasil as pessoas extrapolarem seus direitos, principalmente forçando a barra – na grande maioria das vezes multidões de necessitados são utilizados como massa de manobra por grupos com objetivos claramente políticos. É certo que a retomada da nossa democracia é recente e ainda estamos sobre o efeito de épocas que não vale a pena nem lembrar – é certo também que temos uma constituição com pouco mais de duas décadas que parece uma colcha de retalhos com tantas emendas desde a sua promulgação, que apesar de tudo, garantiu muitos direitos, inclusive de protestar, opinar e professar a religião que quisermos, dentre tantos outros direitos. Agora, se aproveitar da liberdade outorgada na nossa Carta Magna para tomar atitudes alopradas não ajuda na construção de um país.

Essa mentalidade de que nós só conseguiremos algo invadindo a propriedade alheia, cria um ambiente de desconfiança e insegurança na população que trabalha e batalha muito para conseguir as coisas do jeito certo.

Por outro lado, eu não entendo o porquê de tantos edifícios desocupados - muitas vezes esses edifícios são mal cuidados, enfeando o centro das grandes cidades, mais ainda, todos pichados, verdadeiras imundícies, que tornam as regiões centrais perigosas e inseguras, pois esses locais também servem para usuários de drogas e mocós para moradores de rua. Será que essas propriedades estão servindo apenas para especulação imobiliária?

A cidade deve retomar para si os locais que não estão sendo utilizados para os objetivos a que foram destinados, principalmente se for objeto de degradação e desagregação social, obviamente com pagamento justo, sem passar por cima de leis que garantem o direito do cidadão sobre a propriedade privada. Estimular a especulação é um insulto à sociedade e principalmente um incentivo a grupos politiqueiros que se aproveitam dessas oportunidades para ganhar visibilidade na mídia.

Estamos em ano eleitoral, época que eu começo a me questionar o que de fato eu tenho feito ao país a não ser colocar pessoas erradas nos lugares certos – é difícil não fazer uma mea culpa sobre o que acontece, pois esses que aí estão, são frutos de nossas escolhas que infelizmente no momento do voto nos pareceram corretas.

A política é coisa séria, mas não está sendo levada e muito menos tendo o tratamento que merece por parte de alguns políticos que se julgam donos do poder - verdadeiros oportunistas que abusam do cargo em benefício próprio, além de fanfarrear com o nosso dinheiro.

Os escândalos estão se multiplicando na política na mesma velocidade com que são esquecidos - é dinheiro na meia, na cueca e sabe-se lá onde mais. Somente a educação ajudará o povo brasileiro a fazer as escolhas com um pouco mais de substância – enquanto prevalecer o lúgubre na política, dificilmente o país terá políticos comprometidos com o povo.

Eu não vejo no momento um projeto político sério para o Brasil, o que há são discursos e promessas vazias que não conduz nada a lugar nenhum.

Uma cidade mais justa, humana, limpa, ordeira, segura, com moradia para todos é o que os cidadãos merecem - o mínimo que os administradores públicos devem fazer é cumprir o seu papel para que possam retribuir à população o voto de confiança que receberam.

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