quarta-feira, 16 de junho de 2010

Quando deixamos de ocupar certos espaços vem outros e ocupam no nosso lugar

Pelo andar da carruagem logo, logo os Técnicos em Segurança do Trabalho estarão ganhando Salário Mínimo, até porque o governo tem dado uma atenção especial ao SM que vem subindo em números percentuais bem mais do que outras categorias. Isso é bom e justo para aqueles que são assalariados ou recebem aposentadorias tendo como base o SM, mas para as categorias que necessitam de reajustes baseados em índices de inflação ou dependem de negociações trabalhistas, é claramente prejudicial.

Pelas responsabilidades atribuídas ao cargo, um Técnico teria que ganhar no “mínimo” o piso da categoria do seu estado, isso quando há algum piso definido. Seria muito bom se tivéssemos um piso nacional unificado tendo como base o piso salarial do Estado de São Paulo, mas segundo alguns sindicatos isso é impossível devido às características de cada região - eu particularmente não concordo com essa interpretação.

O fortalecimento da nossa profissão nunca se fez tão necessário quanto agora - o surgimento do Curso de Tecnólogo pode parecer algo comum nessa montanha de cursos que surgem anualmente no Brasil, mas nesse caso não é. Os Tecnólogos tem um longo caminho até se tornarem concorrentes no mercado de trabalho, só que mais cedo ou mais tarde isso ocorrerá e o pior de tudo é que ambas as profissões farão praticamente a mesma coisa. Como isso vai se encaixar na NR-4 eu não sei, só sei que algum dia isso terá que ser feito, só espero que nós Técnicos não sejamos prejudicados.

Outro tema importante que vira e mexe está em debate é a importância ou não do Técnico fazer parte do CREA - eu sinceramente não poderia afirmar se a inscrição é ou não importante, o que eu posso dizer é que às vezes se torna uma necessidade. Muitas empresas só contratam Técnicos se possuírem a inscrição nessa entidade, isso é fato, se é justo ou não é outra questão. O CREA é uma instituição respeitável e o Técnico deve avaliar a necessidade de fazer parte ou não. Se a empresa exigir a sua inscrição para admissão ou simplesmente para manter o seu emprego atual, a minha dica é que faça a inscrição, agora se for só por status, não vejo a necessidade de mais esse encargo.

Eu tenho percebido um completo desespero dos colegas que se formam e não conseguem trabalhar. Se todas as empresas cumprissem o que manda as Normas Regulamentadoras, certamente as oportunidades de emprego apareceriam. Por outro lado há um grande despreparo para exercer a profissão, isso fica evidente não só na questão do limitado conhecimento técnico de alguns profissionais, mas com o pouco comprometimento do profissional com o nosso idioma. É fundamental que o Técnico se esmere na escrita, porque emitimos muitos relatórios que ficarão comprometidos se contiverem erros grotescos de Português.

Vamos unir esforços para que possamos crescer juntos e tornar a nossa categoria definitivamente forte. Temos que participar mais da vida sindical e apoiá-los para que se fortaleçam. Não adianta só reclamar, devemos dar a nossa contribuição para que os nossos representantes consigam criar o nosso conselho. O Conselho fortalece a categoria profissional e tem o poder de tratar das nossas questões, sem a interferência de terceiros.

Quando deixamos de ocupar certos espaços vem outros e ocupam no nosso lugar - o vácuo profissional é um desastre para qualquer profissão, devemos preencher todos os espaços e cuidar para que eles permaneçam ocupados.

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