segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reparos em edifícios e ancoragem predial.

Técnicos das empresas que operam a distribuição de sinais de TV por assinatura realizam instalações e reparos em cabos ou antenas receptoras no alto dos edifícios - isso é comum e faz parte da rotina. É muito comum também ver alguns desses Técnicos executando o trabalho sem utilizar equipamentos de segurança. A sensação que eu tenho quando vejo um trabalhador sem proteção é que o indivíduo não recebeu as orientações necessárias relativos à segurança ou esteja por conta própria abrindo mão de proteger-se.

Eu já fui síndico e sempre tive a preocupação em saber dos detalhes da operação que seria realizada no edifício e quais seriam os riscos bem como as ações dos técnicos responsáveis pela execução do trabalho para minimizá-los – isso era feito não só para evitar que os acidentes acontecessem, mas uma medida preventiva visando proteger o condomínio de uma provável co-responsabilidade em caso de acidentes.

Outro fator muito importante para empresas que executam trabalhos em altura como pintura de fachadas, limpeza de janela, serviços de manutenção na alvenaria do prédio ou instalação de ar-condicionado, são as mudanças repentinas no tempo. Em países da Europa e da América do Norte, as pessoas não saem de casa sem consultar os boletins do tempo que ocupam grande parte dos telejornais diários.

Muitas empresas ainda não atentaram para este detalhe, mas conhecer as condições climáticas pode fazer a diferença entre a vida ou a morte do trabalhador. Um exemplo recente que nós podemos destacar é o caso de dois trabalhadores que foram surpreendidos pelo forte vento quando faziam a limpeza das janelas de um grande edifício na cidade de São Paulo – isso foi documentado e reprisado várias vezes pela televisão e por muito pouco não aconteceu algo mais grave. Esse incidente causou um grande susto nas pessoas pela força do vento que açoitava o andaime com extrema violência, chegando inclusive a lançá-lo contra a fachada do prédio. Sem ter o que fazer os operários apenas aguardaram o desfecho dos acontecimentos - felizmente outros funcionários do edifício conseguiram salvá-los puxando-os por uma janela. O uso do cinto de segurança e uma boa ancoragem foram fundamentais para manter a segurança dos operários que apenas sofreram ferimentos leves. (Clique aqui e veja as imagens)

A maioria dos edifícios não possui pontos de ancoragem definitivos, e naqueles em que esses dispositivos estão disponíveis, poucos são confiáveis, haja vista que a falta de manutenção e a baixa resistência mecânica desses pontos são características comuns, necessitando reforço na segurança antes de qualquer trabalho realizado.

Nas regiões centrais das grandes cidades onde há muita concentração de prédios e costuma ventar bastante, eventualmente pode criar entre os edifícios um corredor de vento que torna esse tipo de trabalho ainda mais perigoso. Uma rajada forte de vento atingindo uma pessoa que esteja sem o cinto de segurança é capaz de derrubá-la de cima de um prédio, daí a necessidade do equipamento de proteção ou a interrupção do trabalho quando este oferecer risco, até porque, a NR-18 no subitem 18.18.4 diz que:

“É proibida a realização de trabalho ou atividades em telhados ou coberturas em caso de ocorrência de chuvas, ventos fortes ou superfícies escorregadias.”

O trabalho em altura deve ser programado com antecedência para evitar que o tempo interfira e possa de alguma maneira por em risco a vida do trabalhador. Entender o comportamento do vento na região e consultar os boletins meteorológicos deve fazer parte da check list das empresas que executam esse tipo de trabalho. As previsões do tempo estão cada vez mais precisas e já é possível saber com muita antecedência as mudanças climáticas em cada região do país, inclusive a intensidade das chuvas e dos ventos.

Para ler a NR-18 na íntegra, clique aqui.

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